terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PORTA SANTA - JUBILEU DA MISERICÓRIDA - DIOCESE DE ITUIUTABA

PAPA FRANCISCO

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 18 de Novembro de 2015
 

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
 
    Com esta reflexão chegamos ao limiar do Jubileu, é iminente. À nossa frente está a porta, mas não só a porta santa, a outra: a grande porta da Misericórdia de Deus — e é uma porta bonita! — que recebe o nosso arrependimento oferecendo a graça do seu perdão. A porta é generosamente aberta, e devemos ter um pouco de coragem para cruzar o limiar. Cada um de nós tem dentro de si situações que pesam. Todos somos pecadores! Aproveitemos este momento que chega e cruzemos o limitar desta misericórdia de Deus, que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de nos esperar! Observa-nos, está sempre ao nosso lado. Coragem! Entremos por esta  porta!
    Do Sínodo dos Bispos, que celebramos no passado mês de Outubro, todas as famílias e a Igreja inteira receberam um grande encorajamento a encontrar-se no limiar desta porta aberta. A Igreja foi animada a abrir as suas portas, para sair com o Senhor ao encontro dos filhos e das filhas a caminho, às vezes incertos, por vezes confusos, nestes tempos difíceis. As famílias cristãs, em particular, foram encorajadas a abrir a porta ao Senhor que espera entrar, trazendo a sua bênção e a sua amizade. E se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas das nossas igrejas, das nossas comunidades, das nossas paróquias, das nossas instituições e das nossas dioceses devem estar abertas, a fim de que todos possamos sair para levar esta misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas, abertas para permitir que o Senhor entre — ou muitas vezes que o Senhor saia — prisioneiro das nossas estruturas, do nosso egoísmo e de tantas situações.
    O Senhor nunca força a porta: até Ele pede autorização para entrar. O Livro do Apocalipse diz: «Estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei na sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo» (3, 20). Mas imaginemos o Senhor que bate à porta do nosso coração! E na última grande visão deste Livro do Apocalipse, assim se profetiza sobre a Cidade de Deus: «As suas portas não se fecharão de dia», o que significa para sempre, porque «já não haverá noite» (21, 25). No mundo ainda há lugares onde não se fecham as portas à chave. Mas existem muitos onde as portas blindadas se tornaram normais. Não devemos render-nos à ideia de ter que aplicar este sistema à nossa vida inteira, à vida da família, da cidade, da sociedade. E muito menos à vida da Igreja. Seria terrível! Uma Igreja inóspita, assim como uma família fechada em si mesma, mortifica o Evangelho e torna o mundo árido. Não às portas blindadas na Igreja, não! Tudo aberto!
A gestão simbólica das «portas» — dos umbrais, das passagens, das fronteiras — tornou-se crucial. Sem dúvida, a porta deve preservar, mas não rejeitar. A porta não deve ser forçada, ao contrário, é preciso pedir autorização, porque a hospitalidade resplandece na liberdade do acolhimento e ofusca-se na prepotência da invasão. A porta abre-se frequentemente, para ver se fora há alguém que aguarda e talvez não tenha a coragem nem sequer a força para bater. Quantas pessoas perderam a confiança, não têm a coragem de bater à porta do nosso coração cristão, à porta das nossas igrejas... E estão ali, sem coragem, porque os privamos da confiança: por favor, que isto nunca se verifique! A porta diz muito da casa, e também da Igreja. A gestão da porta requer um discernimento atento e, ao mesmo tempo, deve inspirar grande confiança. Gostaria de dedicar uma palavra de gratidão a todos os guardiões das portas: dos nossos condomínios, das instituições cívicas, das próprias igrejas. Muitas vezes a prudência e a gentileza da portaria são capazes de conferir uma imagem de humanidade e de hospitalidade à casa inteira, já a partir da entrada. É preciso aprender destes homens e mulheres, que são guardiões dos lugares de encontro e de acolhimento da cidade do homem! Muito obrigado a todos vós, guardiões de tantas portas, quer sejam portas de habitações, quer de igrejas! Mas sempre com um sorriso, sempre mostrando a hospitalidade desta casa, dessa igreja, e assim as pessoas sentem-se felizes e bem-vindas naquele lugar.
    Na verdade, sabemos que nós mesmos somos os guardiões e os servos da Porta de Deus, mas como se chama a Porta de Deus? Jesus! Ele ilumina-nos em todas as portas da vida, inclusive nas portas do nosso nascimento e da nossa morte. Ele mesmo afirmou: «Eu sou a porta: se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá, e encontrará pastagem» (Jo 10, 9). Jesus é a porta que nos faz entrar e sair, porque o redil de Deus é um abrigo, não uma prisão! A casa de Deus é um abrigo, não uma prisão, e a porta chama-se Jesus! E se a porta estiver fechada digamos: «Senhor, abre a porta!». Jesus é a porta e faz-nos entrar e sair. São os ladrões aqueles que procuram evitar a porta: é curioso, os ladrões procuram sempre entrar por outro lado, pela janela, pelo telhado, mas evitam a porta, porque têm más intenções e entram sorrateiramente no aprisco para enganar as ovelhas, para se aproveitar delas. Devemos passar pela porta e ouvir a voz de Jesus: se ouvirmos o tom da sua voz, estaremos seguros, seremos salvos. Podemos entrar sem medo e sair sem perigo. Neste bonito discurso de Jesus, fala-se também do guardião, que tem a tarefa de abrir ao bom Pastor (cf. Jo 10, 2). Quando o guardião ouve a voz do Pastor, então abre e faz entrar as ovelhas que o Pastor traz consigo, todas, inclusive aquelas que se perderam nos bosques, e que o bom Pastor foi resgatar. As ovelhas não são escolhidas pelo guardião, nem pelo secretário paroquial, nem sequer pela secretária da paróquia; as ovelhas são todas convidadas, escolhidas pelo bom Pastor. O guardião — também ele — obedece à voz do Pastor. Assim, poderíamos dizer que devemos ser como aquele guardião. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não a dona da casa do Senhor!
    A Sagrada Família de Nazaré sabe bem o que significa uma porta aberta ou fechada, para quem espera um filho, para quantos não têm abrigo, para quem deve fugir do perigo! As famílias cristãs façam da sua soleira de casa um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e da hospitalidade de Deus. É precisamente assim que a Igreja deverá ser reconhecida em todos os recantos da terra: como a sentinela de um Deus que bate à porta, como o acolhimento de um Deus que não nos fecha a porta na cara, com a desculpa de que não somos de casa. Aproximemo-nos do Jubileu com este espírito: haverá a porta santa, mas também a porta da grande misericórdia de Deus! Haja também a porta do nosso coração, para recebermos todos o perdão de Deus e, por nossa vez, darmos o nosso perdão, recebendo todos aqueles que batem à nossa porta.

 

sábado, 12 de dezembro de 2015

DECRETO Nº 19 DO ANO DA MISERICÓRDIA



Aos que este DECRETO virem Saudação Paz e Bênção no Senhor.

DECRETO Nº 19
DO ANO DA MISERICÓRDIA

Aos irmãos e irmãs da
Diocese de Ituiutaba.

Um fecundo Ano da Misericórdia!

O Papa Francisco, sensível aos pequenos e grandes atos de violência por todo lado, verdadeira insensibilidade pelo valor da pessoa humana, convoca o mundo para um processo de conversão, publicando a Bula “Misericordiae Vultus”. Convoca-nos para celebrar um Ano Santo da Misericórdia.
O início do Ano se dá com a abertura da Porta Santa pelo Santo Padre, nesse dia 08 de dezembro de 2015, na solenidade da Imaculada Conceição, data que coincide com o cinquentenário do Concílio Vaticano II. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016, na Festa de Cristo Rei do Universo.
Conforme a Bula, na Diocese de Ituiutaba, faremos a abertura da Porta Santa nos locais oficiais de peregrinação: CATEDRAL SÃO JOSÉ de Ituiutaba e SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA de Iturama, no dia 13 de dezembro de 2015
A partir do dia 13 de dezembro, as duas Igrejas citadas acima ficam oficialmente instituídas Santuários Diocesanos do Ano Santo da Misericórdia. Para uma delas, conforme a escolha, cada paróquia, no tempo certo determinado em cada Comunidade, poderá fazer sua caminhada para lucrar as indulgências previstas. Vamos todos aproveitar desse rico momento da graça de Deus.
Para isto, os fieis são chamados para peregrinar, de um ponto determinado, para a Porta Santa, com sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. Supõe participação no Sacramento da Reconciliação, da Eucaristia e reflexão sobre a misericórdia, Profissão de Fé e oração pelas intenções do Papa. 
Dado e passado em nossa Cúria Diocesana de Ituiutaba, na data de 08 de dezembro de 2015.

Pe. Júlio Cesar Oliveira (Pe. Axé)

Administrador Diocesano de Ituiutaba


Pe. Wender José da Silva

Chanceler da Cúria

sábado, 5 de dezembro de 2015

ABERTURA DA PORTA SANTA - Jubileu da Misericórdia



Caro padre,
“Saudações em Cristo!”

Quero comunicar à V. Revma. que, em Reunião do Colégio dos Consultores realizado nesse dia 02/12/15 foi eleito o Administrador Diocesano: Pe. Júlio Cesar Oliveira (Pe. Axé) - que se confia a caridade de suas orações e ao espírito de unidade em nossa caminhada diocesana até a chegada do nosso novo Bispo.

Na oportunidade quero lembrar que conforme a determinação da Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia - Misericordiae Vultus –  realizaremos no próximo dia 13 de dezembro a sua abertura a nível diocesano:

Para o Regional de Ituiutaba a abertura da Porta Santa será às 10h na Catedral São José.

Para o Regional de Iturama a abertura da Porta Santa será às 19h no Santuário Nossa Senhora de Fátima.

Queremos contar com a alegria da sua presença e da representação da sua Comunidade para juntos celebrarmos a maravilha da Misericórdia do Senhor em nossas vidas.

Com meu abraço fraterno.



Pe. Júlio Cesar Oliveira (Pe. Axé)
Administrador Diocesano

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Pe. Axé - eleito Administrador Diocesano de Ituiutaba

Padre Júlio Cesar Oliveira (Pe. Axé), pároco da Catedral São José, na cidade de Ituiutaba, foi eleito pelo Colégio de Consultores, Administrador Diocesano da Diocese de Ituiutaba. Ele anima e prepara o povo para a chegada do sucessor de Dom Francisco Carlos da Silva que foi transferido pelo Papa Francisco para a Diocese de Lins-SP.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Ao Clero, Religiosas, Seminaristas e Leigos(as) de nossa querida Diocese de Ituiutaba.

                                                                                               Ituiutaba – MG, 02 de outubro de 2015

    Após a notícia amplamente divulgada pela televisão, rádio, jornal, internet e outros meios confirmou-se o desejo do Papa Francisco, através da publicação no Jornal “L'Osservatore Romano” do dia 30 de setembro de 2015.
    A notícia dizia que o Papa Francisco, acolheu o pedido de renúncia apresentado pelo Excelentíssimo Dom Irineu Danelon, SDB em conformidade com o cân. 401 § 1 do Código de Direito Canônico, isto é, completou 75 anos de idade, o tempo limite para estar à frente de cargo de governo na Igreja, nomeou o Excelentíssimo Dom Francisco Carlos da Silva – 8º Bispo da Diocese de Lins-SP, transferindo-o de 3º Bispo da Diocese de Ituiutaba-MG.
    Com a nomeação e em função do cânon 418 § 2 do Código de Direito Canônico, passei a partir da publicação a reger a Diocese de Ituiutaba na função de Administrador até a tomada de posse em Lins-SP, então o Colégio de Consultores, após aquela data, elegerá o novo Administrador Diocesano que permanecerá à frente da Diocese até a escolha do novo Bispo pelo Papa Francisco. O Administrador Diocesano na Sede vacante deverá cumprir as exigências canônicas em caráter temporário, mantendo em harmonia o governo diocesano e, durante a Sede vacante, não se faça qualquer inovação, pois irá governar “ad interim” a Diocese.
    Conclamo todos a permanecerem unidos na oração, nos trabalhos pastorais e zelo pelas coisas de Deus.
    Minhas últimas atividades à frente da Diocese de Ituiutaba será presidir a VII Assembleia Diocesana de Pastoral e apresentar os frutos colhidos na sua elaboração em todos os níveis durante 2 anos de preparação, o tão sonhado 3º Plano Diocesano de Pastoral, no auditório da Cúria Diocesana, no dia 14 de novembro às 9h. No dia 18 o encerramento da Visita Peregrina de Nossa Senhora Aparecida à Diocese em solene despedida da imagem e do Bispo na Catedral São José e, finalmente no dia 20 de novembro, em transmissão ao vivo pelas TVs Aparecida e Rede Vida de Televisão a entrega da tão querida imagem, que tantos benefícios despertou na vida de tantos fiéis.
    Quanto ao governo diocesano cessará no dia 27 de novembro, após a posse, então entrará em cena o Colégio de Consultores. Até então os compromissos por mim assumidos continuam em pé.
Grato a todos
                                         Dom Francisco Carlos da Silva
                                                Bispo eleito de Lins-SP
                                                 Adm. de Ituiutaba-MG

Saudação a Dom Francisco Carlos da Silva

Natural de Tabatinga, no interior de São Paulo.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulga mensagem de saudação a dom Francisco Carlos da Silva, nomeado na quarta-feira, 30, pelo papa Francisco, como bispo da diocese de Lins (SP). O texto é assinado pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, desejando que a “nova missão à frente da diocese de Lins seja abençoada e produza os melhores frutos de uma Igreja missionária e misericordiosa”
Leia, abaixo, a íntegra da mensagem:
Saudação a Dom Francisco Carlos da Silva
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB recebe, com alegria, a nomeação de Dom Francisco Carlos da Silva como Bispo Lins – SP, anunciada hoje, 30 de setembro, pelo Papa Francisco que o transferiu da diocese de Ituiutaba (MG). 
Natural de Tabatinga, no interior de São Paulo, foi ordenado presbítero no dia 11 de dezembro de 1982, e bispo, em 2007. Seu lema episcopal é: “Ide para a vinha”. 
A CNBB agradece a Dom Francisco pelos trabalhos prestados à Diocese de Ituiutaba e pede a Deus, por intercessão da Virgem Maria, que sua nova missão à frente da diocese de Lins seja abençoada e produza os melhores frutos de uma Igreja missionária e misericordiosa.
Servimo-nos desta ocasião, para mais uma vez abraçarmos este nosso irmão que completa, hoje, mais um ano de vida. 
Votos de muita paz e saúde!
Com preces,
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário-Geral da CNBB

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Divulgado Hino oficial do Jubileu da Misericórdia

O Hino oficial do Jubileu da Misericórdia foi divulgado na quarta-feira (5/8) no Youtube. O hino inicia com as palavras “Misericordes sicut Pater”, que é justamente o lema do Jubileu “Misericordiosos como o Pai”, extraído do Evangelho de Lucas (6,36).
Os autores da música, Paul Inwood, e do texto, Padre Eugenio Costa, S.J, doaram todos os direitos da obra ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, com o objetivo de facilitar a divulgação do Hino do Jubileu da Misericórdia em toda a Igreja. A gravação foi realizada pela Rádio Vaticano com o Coral da Capela Musical Pontifícia, dirigido pela Maestro Monsenhor Massimo Palombella, S.D.B
O Ano Santo da Misericórdia – convocado pelo Papa Francisco com uma Bula em 11 de abril de 2015 – se realizará de 8 de dezembro do corrente, Festa da Imaculada Conceição, até 20 de novembro de 2016, Solenidade de Cristo Rei. 

sábado, 20 de junho de 2015

MENSAGEM AOS CATÓLICOS E A TODOS OS CIDADÃOS

CNBB divulga nota sobre a inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação

No contexto dos debates e votações acerca dos Planos Municipais de Educação, o Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília (DF), entre 16 e 18 de junho, aprovou e divulgou nota a respeito da inclusão da ideologia de gênero nos textos em discussão. Para os bispos, a proposta de universalização do ensino e o esforço do Estado em estabelecer a inclusão social como eixo orientador da educação merecem "apoio e consideração". Por outro lado, "a introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias", diz a nota. Leia a nota na íntegra: 
 
  Nota da CNBB sobre a inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação
“Homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27)
 
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília, nos dias 16 a 18 de junho, manifesta seu reconhecimento pelo importante trabalho de elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Educação em desenvolvimento em todos os estados e municípios brasileiros para o próximo decênio. A proposta de universalização do ensino e o esforço de estabelecer a inclusão social como eixo orientador da educação merecem nosso apoio e consideração ao apontar para a construção de uma sociedade onde todas as pessoas sejam respeitadas.
A tentativa de inclusão da ideologia de gênero nos Planos Estaduais e Municipais de Educação contraria o Plano Nacional de Educação, aprovado no ano passado pelo Congresso Nacional, que rejeitou tal expressão. Pretender que a identidade sexual seja uma construção eminentemente cultural, com a consequente escolha pessoal, como propõe a ideologia de gênero, não é caminho para combater a discriminação das pessoas por causa de sua orientação sexual.
O pressuposto antropológico de uma visão integral do ser humano, fundamentada nos valores humanos e éticos, identidade histórica do povo brasileiro, é que deve nortear os Planos de Educação. A ideologia de gênero vai no caminho oposto e desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher.
 A introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças e das famílias. O mais grave é que se quer introduzir esta proposta de forma silenciosa nos Planos Municipais de Educação, sem que os maiores interessados, que são os pais e educadores, tenham sido chamados para discuti-la. A ausência da sociedade civil na discussão sobre o modelo de educação a ser adotado fere o direito das famílias de definir as bases e as diretrizes da educação que desejam para seus filhos.
A CNBB reafirma o compromisso da Igreja em se somar aos que combatem todo tipo de discriminação a fim de que tenhamos uma sociedade sempre mais fraterna e solidária. Confia que a sociedade e o Estado cumpram seu direito e dever de oferecer a toda pessoa os meios necessários para uma educação livre e autêntica (cf. CNBB - Doc. 47, n. 73). Reafirma também o papel insubstituível dos pais na educação de seus filhos e primeiros responsáveis por introduzi-los na vida em sociedade.
Agradecemos a tantos que têm se empenhado na defesa de uma educação de qualidade no Brasil, opondo-se até mesmo a excessos do Estado que, muitas vezes, se sobrepõe ao papel dos pais e da família. A estes exortamos a que, juntamente com educadores e associações de famílias, assumam sua tarefa de protagonistas na educação dos filhos.
 Que Deus inspire os legisladores na responsabilidade que têm nesse momento e anime os educadores na nobre e sublime tarefa de colaborar com os pais em sua missão de educar.
Brasília, 18 de junho de 2015.
 
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF
Presidente da CNBB
 
Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia- BA
 Vice-presidente da CNBB
 
 Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário Geral da CNBB
 
 
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Laudato Si: a repercussão na mídia internacional

A publicação da aguardada Encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, teve ampla repercussão na imprensa internacional. Apresentamos alguns dos comentários e artigos em algumas mídias.
Não houve uma chuva ácida de comentários sobre a Encíclica Laudato Si, mas sim uma torrente de elogios, afirmou o jornalista Jean-Marie Guénois no “Le Figaro”. Mesmo que o Papa tenha usado palavras duras contra os sistemas políticos a serviço dos interesses do poder econômico-financeiro global, não poupou também os jornalistas, muitas vezes distantes da realidade e da vida das pessoas comuns, escreve Pablo Ordaz no diário espanhol “El País”. É necessário uma revolução cultural para salvar o planeta, afirma por sua vez o argentino “Clarín”, enquanto na Folha de São Paulo, Flávia Foreque destaca que o próprio conceito de progresso deve ser redefinido para tutelar o ambiente.
A Encíclica é uma dura crítica ao consumismo e uma advertência profética sobre o perigo de ignorar a crise ecológica, escreve Justin Gillis, no “International New York Times”. O Papa conseguiu indicar para a ciência o justo caminho? A esta pergunta, os especialistas do clima e do ambiente respondem afirmativamente: neste caso o Papa parece ter se desdobrado para oferecer uma interpretação prudente dos fatos científicos. Alguns cientistas sustentam que foram as emissões ligadas à atividade do homem que provocaram o aquecimento global. Todavia, na Encíclica, - escreve Gillis – o Papa não vai tão longe, citando vulcões, o sol e outros fatores que podem influenciar as mudanças climáticas, mas antes reconhece que grande parte do aquecimento global durante os últimos decênios é devido à grande concentração de gás estufa lançado na atmosfera pela atividade humana. O artigo chama a atenção para o fato de que quando o texto da Encíclica passa do elenco de dados científicos para as avaliações de mérito, a linguagem é mais desmedida. Sobretudo quando o Santo Padre denuncia que são os mais pobres a carregar o peso mais grave dos efeitos da poluição.
Em outro artigo do “International New York Times”, Coral Davenport escreve que enquanto ambientalistas foram unânimes em elogiar o documento e as finalidades que o inspiram, alguns dos conteúdos tratados dão espaço a diversas avaliações, antes de tudo junto àqueles que nas Nações Unidas estão há tempos negociando sobre o clima. A este respeito, é citado Robert Staveins, diretor do programa ambiental na Universidade de Harvard, que afirma partilhar o apelo do Papa na necessidade de agir com urgência para evitar acontecimentos piores, mas ao mesmo tempo, observa que algumas políticas de mercado em relação às mudanças climáticas deveriam se promovidas, devido à sua eficácia. E faz referência ao imposto sobre emissões originadas de combustíveis fósseis, conhecida simplesmente como ‘eco-taxa’, e à estratégia cap-and-trade systems, que busca controlar a poluição através de incentivos econômicos voltados a reduzir a taxa de emissões originadas de agentes poluidores. Davenpont salienta, após, como o Papa nunca perde de vista a ligação entre pobreza e fragilidade do planeta. E disto, a denúncia do fato que as dramáticas consequências dos ataques do homem à natureza recaem em primeiro lugar e em medida maciça sobre os indigentes.
O “The Wall Street Journal” dedicou o artigo de abertura assinado por Francis X. Rocca à Encíclica. A condenação de Francisco – sublinha o jornal estadunidense – investe plenamente o capitalismo, que para salvaguardar e reforçar o próprio lucro, não tem escrúpulos em oprimir os mais pobres e desfavorecidos.
O artigo de John Hooper no “The Guardian”, diz que o primeiro mérito da Encíclica está em ter atribuído a justa importância a uma questão deixada muito tempo à margem. Com este documento – sublinha o cotidiano – Francisco trouxe uma mudança “imensamente tonificante”. Se está diante da primeira Encíclica, escreve Hooper, inteiramente dedicada às questões ambientais, mesmo que não tenha sido a primeira vez que um Papa fale com força sobre a destruição do ambiente. E o pensamento é voltado à Paulo VI que, em 1971, descrevia tal destruição como a “trágica consequência” de uma atividade humana sem controle. Assim como João Paulo II e Bento XVI levantaram a voz em defesa das belezas da criação seriamente ameaçadas por interesses egoístas e por uma ânsia de progresso e desenvolvimento desprovida de regras morais e normas éticas. Mas – revela Hooper – mais do que qualquer outro predecessor, Francisco aponta o dedo contra as atividades humanas como responsáveis pelos males que afligem o planeta.
No site da BBC, lê-se que com esta Encíclica, o Papa se confirma como líder no panorama internacional comprometido em indicar à humanidade as justas vias a serem seguidas para se chegar ao bem comum: objetivo que passa, necessariamente, pelo respeito e o cuidado do ambiente.
O “The Times”, por sua vez, destaca como o Papa Francisco parte de uma espécie de discurso antropológico para construir a sua argumentação em defesa da saúde do planeta. Mais além de fundamentais avaliações de ordem técnica e logística em relação às causas das mudanças climáticas, o que está no coração do Papa é imperativo, transmitir ao mundo a necessidade em mudar o estilo de vida, condição inelutável caso se queira realmente salvaguardar a terra e todos os seus tesouros.
No “Corriere dela sera”, Gian Guido Vecchi sublinha que o “Papa Francisco na Encíclica, denuncia “a raiz humana” da crise ecológica de nosso tempo e chama em causa a financeira: “o salvamento a todo custo dos bancos, fazendo a população pagar o preço, sem a firme decisão de rever e reformar todo o sistema, afirma um domínio absoluto das finanças que não têm futuro e que poderá somente gerar novas crises após uma longa, custosa e aparente cura”. Elencados os problemas do planeta, como o aquecimento global e a perda da biodiversidade – continua o artigo – o Papa sugere “algumas linhas de orientação e de ação”. Existem sugestões que valem para todos, mas, sobretudo, existe o problema de uma governança de problemas globais, sublinha o cotidiano de Milão.
Enzo Bianchi, no “La Reppublica”, escreve que “Francisco se dirige a todos, como fez João XXIII, Papa santo e profeta, com Pacem in terris, quando a publicou dedicando-a a “todos os homens de boa vontade”. Neste modo – acrescenta, o Papa traça um paralelo entre a trágica ameaça da guerra ao início dos anos sessenta, enquanto o mundo vacila na esteira de uma guerra nuclear”, e a “deterioração global do ambiente” que estamos provocando, “degradação” já denunciada como dramática e arauto de uma possível “catástrofe ecológica” de Paulo VI na sua carta Apostólica.
 
 
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