Dom Eugênio de Araújo Sales era o Cardeal com mais tempo de cardinalato, 43
anos, pois participou do Consistório presidido pelo Papa Paulo VI em 1969. Com a
sua morte, permanecem ainda em vida somente dois purpurados daquele papado: o
Cardeal Paulo Evaristo Arns e o Card. William Wakefield Baum (EUA).
A relação entre Dom Eugênio e o Vaticano é longa, a começar pelo Concílio Vaticano II, em que o então Arcebispo participou como membro das Comissões de elaboração dos Documentos "Gaudium et Spes", "Apostolicam Actuositatem" e "Inter Mirifica" . Participou de seis Sínodos dos Bispos, sendo o último, para a América, em 1997, na qualidade de Presidente.
Entre seus inúmeros cargos no Vaticano, destaque para o Pontifício Conselho para a Cultura, onde foi Co-Presidente em 1982, para a Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e para a Pontifícia Comissão de “Justiça e da Paz”.
Em 2004, foi o Enviado Extraordinário do Papa João Paulo II às celebrações pelo 150º aniversário da definição dogmática da Imaculada Conceição, em Portugal. No mesmo ano, foi o Enviado Especial de João Paulo II para as comemorações do 1º Centenário da Coroação Pontifícia da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Para Dom Eugênio, “todas as vezes que nossa atitude coincide com as diretrizes da Santa Sé que nos são propostas podemos ter a certeza da posse da Verdade. No acatamento e filial adesão ao Sucessor de Pedro está, para o católico, a pedra de toque para discernimento do que nos é proposto no campo religioso” (artigo de julho de 2010).
A constante presença de Dom Eugênio em Roma revelava também a amizade que o Cardeal nutria seja com Paulo VI, seja com João Paulo II.
Esse relacionamento foi muito importante porque o inspirou em sua atuação religiosa, política e social nos tempos mais difíceis da história recente do Brasil.
Em entrevista concedida a Cristiane Murray, em 2003, Dom Eugênio fala dessa proximidade com os pontífices:
“Tomar posição diante do fato político, mas com uma postura religiosa, foi para mim o grande alicerce. Para isto, Paulo VI tratou de muitos trabalhos que tive no sindicato rurais, a fundação dos sindicatos rurais em Natal, quando estive lá; todas as reuniões com políticos em que havia muita liberdade de tratar. No Rio tive sistematicamente muitas reuniões sobre isto e nunca o governo interferiu, porque eu apresentava as posições não como político mas como pastor, fundamentalmente. Mas o que me deu segurança foi exatamente a leitura da orientação do Papa, dos documentos, e também as consultas que fazia para saber com precisão qual a posição de Igreja diante do fato político, não posição política, mas abordagem pastoral. Aqui está a grande diferença, que foi muito importante na minha vida. Eu sempre defendo as coisas da Igreja, agrade ou desagrade.
Durante o regime militar, para muitos, eu passava por ser do regime. Muita gente veio perguntar por que não sabia, porque eu agia como bispo; não fazia comício, mas muita gente foi atendida porque quando eu, como pastor, e o Presidente da República tratávamos de assuntos vários, eu dizia com liberdade total, mas se eu fosse dizer isso aos jornais, não conseguiria o que queria, que não era promoção pessoal, mas era que quem estava preso ser solto. Estavam sendo torturados. Quem estar preso quer a liberdade, mas quem vai protestar nem sempre consegue, começa a irritar e indispõe as pessoas. Nós falamos muito em diálogo mas nem sempre falamos em diálogo com todos, falamos de diálogo com as pessoas que concordam conosco. Se soubessem, eu não teria feito o bem a muitas pessoas”.
Agora, os cardeais brasileiros são nove: Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo; Dom José Freire Falcão, Arcebispo Emérito de Brasília; Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo Emérito de Belo Horizonte; Dom Eusébio Oscar Scheid, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro; Dom Claudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo; Dom Geraldo Majella Agnello, Arcebispo Emérito de Salvador; Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; Dom Raymundo Damasceno, Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB e Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
O Colégio Cardinalício fica composto por 208 purpurados, dos quais 121 eleitores e 87 com mais de oitenta anos.
A relação entre Dom Eugênio e o Vaticano é longa, a começar pelo Concílio Vaticano II, em que o então Arcebispo participou como membro das Comissões de elaboração dos Documentos "Gaudium et Spes", "Apostolicam Actuositatem" e "Inter Mirifica" . Participou de seis Sínodos dos Bispos, sendo o último, para a América, em 1997, na qualidade de Presidente.
Entre seus inúmeros cargos no Vaticano, destaque para o Pontifício Conselho para a Cultura, onde foi Co-Presidente em 1982, para a Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e para a Pontifícia Comissão de “Justiça e da Paz”.
Em 2004, foi o Enviado Extraordinário do Papa João Paulo II às celebrações pelo 150º aniversário da definição dogmática da Imaculada Conceição, em Portugal. No mesmo ano, foi o Enviado Especial de João Paulo II para as comemorações do 1º Centenário da Coroação Pontifícia da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Para Dom Eugênio, “todas as vezes que nossa atitude coincide com as diretrizes da Santa Sé que nos são propostas podemos ter a certeza da posse da Verdade. No acatamento e filial adesão ao Sucessor de Pedro está, para o católico, a pedra de toque para discernimento do que nos é proposto no campo religioso” (artigo de julho de 2010).
A constante presença de Dom Eugênio em Roma revelava também a amizade que o Cardeal nutria seja com Paulo VI, seja com João Paulo II.
Esse relacionamento foi muito importante porque o inspirou em sua atuação religiosa, política e social nos tempos mais difíceis da história recente do Brasil.
Em entrevista concedida a Cristiane Murray, em 2003, Dom Eugênio fala dessa proximidade com os pontífices:
“Tomar posição diante do fato político, mas com uma postura religiosa, foi para mim o grande alicerce. Para isto, Paulo VI tratou de muitos trabalhos que tive no sindicato rurais, a fundação dos sindicatos rurais em Natal, quando estive lá; todas as reuniões com políticos em que havia muita liberdade de tratar. No Rio tive sistematicamente muitas reuniões sobre isto e nunca o governo interferiu, porque eu apresentava as posições não como político mas como pastor, fundamentalmente. Mas o que me deu segurança foi exatamente a leitura da orientação do Papa, dos documentos, e também as consultas que fazia para saber com precisão qual a posição de Igreja diante do fato político, não posição política, mas abordagem pastoral. Aqui está a grande diferença, que foi muito importante na minha vida. Eu sempre defendo as coisas da Igreja, agrade ou desagrade.
Durante o regime militar, para muitos, eu passava por ser do regime. Muita gente veio perguntar por que não sabia, porque eu agia como bispo; não fazia comício, mas muita gente foi atendida porque quando eu, como pastor, e o Presidente da República tratávamos de assuntos vários, eu dizia com liberdade total, mas se eu fosse dizer isso aos jornais, não conseguiria o que queria, que não era promoção pessoal, mas era que quem estava preso ser solto. Estavam sendo torturados. Quem estar preso quer a liberdade, mas quem vai protestar nem sempre consegue, começa a irritar e indispõe as pessoas. Nós falamos muito em diálogo mas nem sempre falamos em diálogo com todos, falamos de diálogo com as pessoas que concordam conosco. Se soubessem, eu não teria feito o bem a muitas pessoas”.
Agora, os cardeais brasileiros são nove: Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo; Dom José Freire Falcão, Arcebispo Emérito de Brasília; Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo Emérito de Belo Horizonte; Dom Eusébio Oscar Scheid, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro; Dom Claudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo; Dom Geraldo Majella Agnello, Arcebispo Emérito de Salvador; Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; Dom Raymundo Damasceno, Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB e Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
O Colégio Cardinalício fica composto por 208 purpurados, dos quais 121 eleitores e 87 com mais de oitenta anos.
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