“Não podemos falar da família sem falar da importância que os idosos têm entre nós.”
Nunca fomos tão numerosos na história da humanidade, mas
não sabemos como viver esta nova etapa da vida: para a velhice há muitos planos
de assistência, mas poucos projetos de vida. Os mais velhos têm frequentemente
uma sensibilidade especial para o cuidado, para a reflexão e o afeto. Somos, ou
podemos nos tornar, mestres da ternura. E quanto! Precisamos, neste mundo
habituado à guerra, de uma verdadeira revolução da ternura.
O diretor da Fundação Alberto Sordi, Ciro Intino,
justamente observa que "a nossa sociedade está envelhecendo, mas tende a
excluir e isolar os idosos, minando a sua identidade e o seu papel social,
especialmente nas suas relações com as gerações mais jovens. Infelizmente, há
uma falta de respostas adequadas aos cuidados e necessidades existenciais das
pessoas mais velhas. Há ainda um longo caminho a percorrer em termos de
políticas sociais e de saúde para os idosos, destinadas a limitar o isolamento
a que demasiadas pessoas idosas estão atualmente condenadas".
Dia Mundial dos Avós e dos Idosos
Já o cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para
os Leigos, a Família e a Vida, ao falar sobre a missão dos idosos no mundo e na
Igreja, comenta sobre a tomada de consciência sugerida por Francisco sobre a
relevância dos idosos na vida das sociedades e das comunidades que deve ser
feita "não esporadicamente, mas estruturalmente, com um cuidado pastoral
ordinário". Assim, continua o purpurado, "não se trata de confrontar
uma emergência, mas de lançar as bases para uma pastoral de longo prazo que nos
envolverá durante décadas. Além de reafirmar a importância de combater a
cultura do descarte, o Papa parece também querer oferecer pontos de referência
àqueles que experimentam um desconcerto por se verem com a idade avançada. Foi
por isso que quis estabelecer um Dia Mundial a ser celebrado todos os anos e
marcar a época litúrgica: dizer que a Igreja está próxima dos idosos".
De fato, o pedido de oração pelos idosos neste mês de
julho reforça a celebração do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos que acontece em
24 de julho em Roma e em todas as dioceses do mundo, como recorda o próprio
Pontífice:
"Temos aqui uma grande responsabilidade para com as
novas gerações. Lembremo-nos: os avós e os idosos são o pão que alimenta as
nossas vidas, são a sabedoria oculta de um povo, e é por isso que devem ser
celebrados, e estabeleci um dia dedicado a eles."
Uma missão vital para os idosos
O Pe. Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede
Mundial de Oração do Papa, ao comentar sobre a intenção de oração do Papa,
recorda como é importante quando os avós ou os idosos partilham conosco a própria
experiência de vida e fé, a sabedoria e esperança: como Francisco nos recordou
na sua catequese sobre a velhice nos últimos três meses na Audiência Geral,
afirma o diretor, "o pacto entre as gerações, entre os idosos e os jovens,
é uma bênção para a sociedade". Mas, como lembra Ciro Intino, "para
que essa dinâmica virtuosa se torne realidade, devem ser ativadas sinergias
entre redes familiares, amigos, prestadores de cuidados e estruturas sociais
públicas e privadas".
E num contexto de um mundo com muitas feridas, Francisco
volta a destacar o papel fundamental da geração mais velha, tanto num dos
tuítes desta quinta-feira (30), quando afirma que os idosos "representam
as raízes e a memória de um povo", como ao findar a mensagem em vídeo,
dizendo:
“Rezemos pelos idosos, para que se tornem mestres da
ternura, para que a sua experiência e sabedoria ajudem os mais jovens a olhar
para o futuro com esperança e responsabilidade.”
Fonte: CNBB
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