Os 31 bispos dos regionais Leste 2 e 3 da CNBB ficaram reunidos duas horas e meia com o Papa Francisco esta manhã, no âmbito da visita ad Limina Apostolorum. Em debate, temas eclesiais e também de interesse internacional.
Momento marcante: assim Dom José Eudes Campos Nascimento,
bispo da diocese de São João del-Rei, define o encontro esta manhã dos bispos
de Minas Gerais e Espírito Santo com o Papa Francisco.
Os regionais Leste 2 e 3 da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil estão em visita ad Limina no Vaticano e nesta quinta-feira
(20/10) puderam falar e ouvir o Santo Padre.
“Toca realmente no meu coração, na minha vida, todo seu
exemplo de verdadeiro pastor. Eu creio que para nós, bispos, seja uma grande
lição para o nosso dia a dia, o grande esforço de vivermos o exemplo, o
testemunho que o Papa Francisco deixa para todos nós. Digo não só a nós bispos,
mas a todos os leigos, leigas e sacerdotes. O Papa muito nos ensina.”
De modo especial, Dom José Eudes pôde comemorar ao lado
de Francisco seus 10 anos de ordenação episcopal: “Um grande incentivo para a
missão”.
Sinodalidade e documentos papais foram citados na
conversa. O Pontífice reafirmou a importância das quatro proximidades – com
Deus, entre os pastores, com os sacerdotes e com os fiéis –, porque é ali que
acontece a evangelização.
Houve espaço também para outros desafios para além da
esfera eclesial. Segundo o bispo da diocese de Janaúba, Dom Roberto José da
Silva, o Papa chamou à atenção para a terceira Guerra Mundial em pedaços – o
que exige dos discípulos de Cristo um esforço para trabalhar pela paz.
“Retornando para o Brasil, trago muitas inquietações no
coração a partir, sobretudo, deste encontro com o Papa. Mas também muitas
esperanças, muitos projetos para conversar, discutir com as pessoas da minha
diocese para levarmos a missão de Jesus Cristo adiante com a proclamação da
Palavra, do Evangelho, que é sempre Evangelho de alegria, de esperança e de
paz, sobretudo nesta hora de polarizações e de tanta intolerância que nós
vivemos em nosso mundo. O Papa chamou à atenção para a terceira Guerra Mundial
que acontece em pedaços, porque está acontecendo em diversas partes do mundo.
Então temos que ser trabalhadores, artesãos da paz.”
Entre os presentes, os bispos mineiros ofereceram ao
Pontífice uma férula, obra do jovem artista Júlio Quaresma. A aste principal
foi feita de cedro, já a Cruz foi feita em bronze e metal dourado. “Um detalhe
importante é que nesta Cruz resplandece a vitória de Cristo, um raionado atrás
onde figuram pessoas de mãos dadas, formando uma rosácea atrás do Crucificado,
um resplendor. Isso nos remete à Páscoa de Cristo por primeiro e a nossa união
ao mistério pascal de Cristo”, explicou Dom Geovane Luís da Silva, auxiliar de
Belo Horizonte. A rosácea é uma referência à encíclica Fratelli tutti e à
sinodalidade, tema do Sínodo de 2023 e 2024.
Bianca Fraccalvieri
Fonte: VATICAN NEWS
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